25 abril de 2021 - Discursos da Assembleia de Freguesia

Discurso do PS

 

25 de Abril de 2020

                                              

 

Algo tão importante e fundacional como a revolução dos cravos não pode diluir-se nos discursos de circunstância tantas vezes repetidos e, não raro, já gastos.

Creio que celebrar o 25 de Abril deve ser, mais do que uma mera evocação dos acontecimentos passados, algo que aponte caminhos para o futuro. E porquê? Porque o 25 de Abril não foi um fim em si mesmo, mas antes o início de uma nova dinâmica. Claro que havia o objectivo de terminar com um regime ditatorial. Mas havia, sobretudo, anecessidade imperiosa de começar algo novo.

E a época de excepção que vivemos actualmente, histórica, exige de uma maneira ainda mais vincada uma união entre as instituições públicas e os cidadãos. Exige também uma cooperação comunitária maior.

Duas conquistas particularmente relevantes decorrentes da Revolução de Abril: o Estado Social e o Serviço Nacional de Saúde. Se dúvidas houvesse da importância estrutural de ambas as conquistas, esta época particularmente difícil esbateu-as.

No que respeita às Assembleias e Juntas de Freguesia, um dos dilemas prementes relaciona-se com a sua pertinência, com as competências que lhe são delegadas e respectiva dotação financeira.

Esta é uma batalha constante que não será ganha meramente pela força da solicitação. Será ganha através da força da acção.

E essa força exige que as Juntas de Freguesia conquistem o respeito em vez de o mendigarem. Exige que se modernizem e que formulem respostas actuais aos problemas actuais.

Campanhã, em particular, sofre do problema estrutural que assenta no facto de estar, desde há muito, condenada à periferia geográfica e à periferia social. Mas melhor e mais produtivo do que queixarmo-nos da escuridão, é acender velas. Lâmpadas, se possível.

Atrair projectos que revitalizem a zona. Tornar a zona cosmopolita. Tornar Campanhã frequentada por cidadãos do Grande Porto em geral, cidadãos que não têm o costume de frequentar a freguesia.

Tornar a Acção Social menos assistencialista, mais profiláctica, mais assente na capacitação das pessoas.

Assumir uma vocação cultural, captando ideias e iniciativas da sociedade civil, abrindo as infra-estruturas locais a novas dinâmicas e à criatividade.

Influir na redefinição urbanística do território campanhense, tão severamente mutilado ao longo dos anos, criando cismas entre a freguesia já de si, como anteriormente referida, afastada da demais cidade.

Coesão social, coesão territorial, cultura, vivência do espaço comunitário, modernidade. Passa por aqui uma Nova Campanhã. Que Campanhã não seja território fértil para Velhos do Restelo nem Velhas Senhoras e que uma Re-Evolução possa chegar, imbuída do espírito que animou o povo naquela manhã de Abril: querer mais; querer melhor.

 

Viva o 25 de Abril!

Viva Campanhã!

Viva Portugal!

 

 

          

            P’lo Líder de Bancada do PS na Assembleia de Freguesia de Campanhã,

Hugo Nascimento Veloso


Discurso do BE

 

Saudação ao 25 de Abril


Naquela manhã de 25 de abril de 1974, o povo acordou com a notícia da ação desencadeada pelos Capitães de Abril e saiu à rua por um Portugal livre do regime opressor que durou 48 anos.
Há 47 anos Portugal mudou, passou a ser um estado de direito democrático, foi o fim da PIDE, da censura e da guerra colonial, a libertação de presos políticos, a formação dos partidos políticos e a liberdade sindical, foi criado o primeiro salário mínimo nacional, o acesso à cultura, o acesso à educação e aos cuidados de saúde a toda a população e muitos milhares de idosos passaram a ter direito a uma pensão de reforma e outras prestações da segurança social, e também o início de muitas lutas para construir um país mais justo para todas e todos.
Hoje, quando crescem as vozes da xenofobia, da intolerância, do racismo e do ataque aos refugiados e aos mais pobres, é tempo de lembrar todas as lutas que foram feitas para manter as liberdades e aprofundar os direitos trazidos pelo 25 Abril de 1974 no nosso país e de lutar contra os movimentos populistas de direita que nos tentam levar de volta a um tempo de ditadura, de repressão, a um retrocesso civilizacional e que nos pretendem retirar a liberdade e os direitos conquistados em Abril.
A comemoração desta data tão importante na nossa história, continua marcada pela crise sanitária e a luta contra a pandemia do Covid-19, e por isso saudamos o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais, Médicos, Enfermeiros, Técnicos, Auxiliares e Investigadores, que têm dado uma resposta extraordinária à pandemia do Covid-19, com enorme empenho e dedicação trabalham no tratamento dos infetados, e demais trabalhadores envolvidos nesta enorme tarefa que é a contenção do vírus.
Cabe às autarquias, com a coordenação das autoridades de saúde, assumirem responsabilidades acrescidas no apoio às populações de forma a mitigar as consequências desta pandemia e dar respostas às questões sociais dela resultantes, que se irão agravar com o passar do tempo e obrigarão a um esforço maior, mas essencial para que ninguém fique para trás.
Para o Bloco de Esquerda, os serviços públicos de qualidade demonstram mais uma vez a sua importância na sociedade que construímos após o 25 de Abril e aquilo que ainda falta cumprir e que está bem patente na Constituição: a Paz, o Pão, Habitação, a Saúde, a Educação, a Liberdade e a Democracia, devem estar sempre em primeiro plano para que que se cumpra Abril na sua plenitude.
25 de Abril Sempre, Fascismo nunca mais!
Porto, 25 de Abril de 2021
O Representante do Bloco de Esquerda.

 


Discurso da CDU

25 de Abril

 

 

A Revolução de Abril constitui uma realização histórica do povo português, um ato de emancipação social e nacional. Culminando uma longa e heróica luta, pôs fim a 48 anos de ditadura fascista e realizou profundas transformações democráticas, restituiu a liberdade aos portugueses, consagrou direitos, impulsionou transformações económicas e sociais,

 

Com a Revolução de Abril  foi derrotado o obscurantismo, a opressão, o esmagamento das liberdades, a limitação dos direitos fundamentais, a marginalização dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e do povo da vida política. O fascismo era miséria, fome, trabalho infantil, repressão, guerra, ódio, degradantes condições de vida, de saúde e de habitação, segregacionismo cultural, elitismo, analfabetismo, ensino reservado para uns poucos e condicionado para a grande maioria da população, salários de miséria, subordinação dos interesses do País e do povo aos interesses de uma minoria de grandes monopolistas e latifundiários, alienação do interesse nacional aos interesses do grande capital e do imperialismo.

 

Muitos são os que tentam negar, descaracterizar e pôr em causa o verdadeiro significado do que foi Abril e do que representa para o povo português. Tentam reescrever a História, branquear a natureza terrorista da ditadura fascista, silenciar a luta dos trabalhadores. Tentam encetar novos ataques à Constituição da República Portuguesa, visando a sua subversão, diminuir e apagar o projeto emancipador que representa.

 

Pelo que o regime democrático, conquistado com a Revolução de Abril, representou e continua a representar, com importantes direitos e conquistas, comemoraremos Abril defendendo o aprofundamento da democracia, baseada na soberania popular, no pluralismo de opinião e organização política, nas liberdades individuais e coletivas, na intervenção e participação direta do povo na vida política, na fiscalização e prestação de contas do exercício do poder, na defesa da soberania e independência nacionais. Comemoraremos Abril afirmando a democracia e a liberdade, como pertença do povo e com um valor intrínseco. Liberdade que é necessário salvaguardar e assegurar como elemento integrante e inalienável da sociedade portuguesa.

 

A Revolução de Abril, realização do povo português, constituiu um dos mais importantes acontecimentos da história de Portugal.

 

Apesar da situação pandémica que estamos a viver, é fundamental a manutenção dos direitos políticos e de cidadania consagrados na Constituição da República e que resultam do 25 de Abril.

 

Assim, saudámos os valores e conquistas da Revolução de Abril, cujos elementos essenciais estão consagrados na Constituição da República Portuguesa e são base duma política que sirva Portugal e os portugueses.

Apelamos aos trabalhadores, aos eleitos autárquicos, ao movimento associativo e à população, para, cumprindo as regras sanitárias em vigor, se associaram às comemorações do 25 de Abril, afirmarem o Poder Local Democrático como conquista de Abril e de defesa dos interesses e direitos das populações.

 

Campanhã, 24 de abril de 2021

CDU - Campanhã